Sem ESP e DRL até 2024
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Vão por mim quando digo que vou ser um dos últimos a defender atitudes do governo, mas, algumas vezes, vocês vão ler notícias que alardeam mais do que informam. É o que está acontecendo com a Resolução 799 do Contran, o Conselho Nacional de Trânsito. De um lado, vocês bateram palmas quando exigiram uma lógica mínima para a instalação e a sinalização de radares. Agora, que eles afrouxaram outras regras, pareceram fracos.
A Resolução 799 postergou a obrigatoriedade dos controles eletrônicos de estabilidade e tração (ESP), assim como a instalação de luzes diurnas de condução (DRL) em todos os carros 0km fabricados ou comercializados no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2022. A decisão veio após um apelo da associação dos camaradas que produzem carros por aqui, a Anfavea.

O que não te explicaram tão bem assim é que, desde 2020, qualquer carro 0km inédito ou importado vendido aqui já são obrigados a ter os três equipamentos. Projetos nacionais anteriores que ficaram de fora e apenas eles foram alvo de tal atraso. O prazo se quebrou em dois: metade da produção já existente precisa trazer os itens de segurança a partir de 2023, o restante fica para 2024.
O que foi muito explorado é que, na prática, a exigência dos equipamentos na totalidade dos carros novos foi atrasada em dois anos. Ficou parecendo que as montadoras, pintadas como um Tio Patinhas preguiçoso que está sempre achando jeitos de ferrar com o consumidor, conseguiu uma vitória em detrimento do público. Não é bem assim.


Este ano está sendo bem complexo para a indústria automotiva globalmente. No Brasil é pior ainda: além de pandemia, bem, temos que enfrentar o próprio Brasil. Fábrica fechada é prejuízo na casa dos milhões de dólares todos os dias. Com isso, o orçamento das montadoras foi drenado, projetos foram cancelados, lançamentos atrasados. Tudo para manter a empresa aberta mesmo com as fábricas de portas fechadas.
E isso não afeta só as montadoras. Vocês ainda acham que cada parafuso é feito na fábrica que monta o carro? Não é assim há décadas. Para ficarem mais eficientes – e, com isso, cortarem custos – as montadoras dependem pesadamente de sistemistas e fornecedores. E esse pessoal não tem o cacife de uma montadora gigante para se manter aberta.
Se a obrigatoriedade fosse mantida, seria um tiro no pé. Os fornecedores não teriam fôlego para investir na produção de novos equipamentos, ou em maior volume. As montadoras não teriam dinheiro para bancar o desenvolvimento e a homologação em seus carros. Em última instância, quem iria pagar era você.
Incluir a toque de caixa sistemas complexos (ESP) ou não (DRL) de segurança leva tempo, e tempo é dinheiro que as empresas não têm mais. Com mais tempo, os custos se diluem, o desenvolvimento e a implementação são feitos da maneira correta. E a gente sabe que você não ia pagar um centavo extra para ter um carro mais seguro.
E, sejamos sinceros. Do volume total de carros vendidos, os carros que ainda não têm ESP e DRL não são a maioria. A exigência foi determinada já em 2015 e, com o ciclo natural de renovação de produtos, a maioria já começou a trazer os equipamentos para se destacar. O “dedo na ferida” mesmo é perguntar por qual motivo a exigência dos itens de segurança não veio anos atrás, quando a indústria estava bombando. Agora, com todo mundo vendendo almoço para comprar o jantar, é difícil de acontecer mesmo.
Morenagens
Nova ConVersa – Lembram na última coluna quando eu falei que o novo Nissan Versa ia viver ou morrer pelo preço? Então, vai viver e viver bem. Custará entre R$ 72.990 e R$ 92.990. 1.6 flex de 114 cv para todos sem turbo. Não tem porque não precisa: o carro é leve. Tem manual para nós, que somos bestas, e CVT (dos bons, diga-se) para quem realmente compra carro novo. O “pelado” tem seis airbags, chave presencial e sensor de ré, ótimo pacote. Não são apenas VW Virtus e Chevrolet Onix Plus que terão que se cuidar. Tem gente já questionando se o próprio Nissan Kicks sobreviverá ao novo Versa.
Fomos surpreendidos novamente – Na última coluna também afirmei que não me surpreenderia se a nova VW Amarok V6 mais potente (agora com 258 cv) passasse dos R$ 300 mil. Não passou, começa em R$ 243.290 e tem overbooster para 272 cv por 10 segundos quando você pisar fundo. Fui surpreendido. Semana passada não podia falar, mas já vi ela andando de perto e ela puxa bem. Talvez-eu-pense-em-fazer-trackday-com-ela bem.
Novo(a) Maverick – Já tem um tempo que vocês escutam que a Ford está desenvolvendo uma concorrente para a Fiat Toro com a base do Escape/Bronco Sport. Tirando a galera chata que vai reclamar do nome, vai acender uma luz amarela em Betim (MG), casa da Fiat. A Ford já registrou o nome da picape no Brasil. A Maverick vai ser feita no México usando motores que nós já vimos no Focus por aqui. Então é quase certo que venha para cá em breve e finalmente vai colocar pressão na Toro (trocadilho com futuros motores turbo da Fiat na picape não intencional).
Mobi Tribe – Drive Tribe, versão comunidade de Facebook do The Grand Tour de Jeremy Clarkson & Cia, fez um artigo elogiando o novo Fiat Mobi Trekking. Claro que os brasileiros não deixaram barato e chamaram os ingleses de retardados. “Onde que o um Mobi é legal?”. Europeus compram carros pequenos com a cabeça, não inventam moda. Então surge o que para eles é um Jeep Compass em miniatura e eles acham tudo isso muito bacana. Não estão errados, a gente que é chato.
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Créditos: amigogearheads